26 maio 2011

Carta à Presidente Dilma Roussef

Cara Presidenta Dilma Roussef,
Hoje vi um discurso seu na televisão, e dei-me a liberdade de chamá-la de Cara Presidenta pois, a senhora mesma, trata o seu povo com companheirismo, assim como nosso companheiro Lula nos tratou durante o seu governo. Mas, creio que por trás desse companheirismo todo ainda existia enorme hipocresia.
Sempre acreditei que todo ser humano devesse viver com dignidade, mas hoje, antes de vê-la na tv, vi também um menino que andava descalço pela rua pedindo esmolas, vi uma mulher carregando um carrinho com o lixo que na rua recolhera, um homem que se protegia do frio das ruas com folhas de jornais. Quando cheguei em casa e ouvi o seu discurso, pensei: será que pelas ruas que a presidenta passa não há também os miseráveis?
E os seus colegas de trabalho que ganham milhões por ano, andam pelas mesma ruas que a senhora? Façamos uma comparação então: um operário sobrevive, sustenta a família e mantem a casa (às vezes em condições precarias), com apenas um salário mínimo; um deputado, que recebe R$26,7 mil por mês, precisa que moradia, comida, carro, gasolina, motorista, terno, avião, tudo seja pago pelo governo, porque o salário não é suficiente para tudo isso.
O serviço de um deputado (e não só do deputado, mas de  todos que compõe o governo de um país “democrático”), é criar leis para melhorar a vida de todos. Para essa melhoria acontecer eles cobram os impostos. Entretando, o número de miseraveis no Brasil é intolerável diante dos altissímos impostos que nos são cobrados, e não encontro necessidade de um salário tão alto, se vocês não tem gastos nem mesmo para se alimentar.
Se pagamos por algo é porque queremos esse algo em troca. E muito do que pagamos é revertido em luxo para os governantes.
É por esse motivo de total desigualdade que, peço-lhe Vossa Excelência, que não nos trate como iguais se não formos iguais.
Peço-lhe também que não se refira a nós como seus companheiros, já que não o somos.
Agradeço a atenção, e aguardo mais respeito.